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Se Trump cair, Vance assusta o mundo

Se Trump cair, Vance assusta o mundo

Donald Trump iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2025, mas a atenção não está apenas nele. O olhar de analistas e líderes internacionais também se volta para seu vice, J.D. Vance, um nome ainda pouco conhecido fora dos Estados Unidos, mas que pode se tornar decisivo. Isso porque, se Trump morrer no cargo, Vance assume imediatamente a presidência — e muitos acreditam que ele representaria uma versão ainda mais perigosa para o mundo.

Aos 40 anos, Vance é o 50º vice-presidente do país, o primeiro millennial a ocupar o posto e visto como herdeiro natural do movimento MAGA (Make America Great Again). Nascido em Ohio, ex-fuzileiro naval, advogado formado em Yale e autor do best-seller Hillbilly Elegy, ele construiu sua imagem como porta-voz da classe trabalhadora do interior americano. Convertido ao catolicismo em 2019, Vance defende de forma rígida valores religiosos, é contra o aborto e direitos LGBTQ+, e mantém forte crítica ao globalismo e às elites econômicas.

A diferença em relação a Trump é clara. O ex-presidente governa pelo impacto, é midiático, imprevisível e muitas vezes pragmático, recuando quando percebe risco político. Já Vance tem perfil oposto: é ideológico, disciplinado e consistente em suas posições. Enquanto Trump improvisa, Vance pensa em estruturar. Se chegasse à presidência, dificilmente ficaria apenas no discurso. Ele poderia transformar em políticas concretas aquilo que hoje são bandeiras de campanha, e isso preocupa analistas.

No plano interno, seu governo poderia endurecer leis contra o aborto e limitar avanços em direitos civis, alinhando governo e instituições a uma visão religiosa conservadora. No cenário externo, já deu sinais de adotar postura mais agressiva em relação à Europa e à OTAN, além de defender menor envolvimento dos EUA em compromissos internacionais. Essa combinação poderia desestabilizar alianças históricas e abrir espaço para a expansão da influência de potências como China e Rússia.

É por isso que muitos especialistas afirmam que Vance pode ser ainda mais perigoso que Trump. Se o atual presidente é visto como o incendiário imprevisível, Vance seria o engenheiro do fogo: menos espetáculo, mais eficácia. Jovem, estratégico e com longa carreira política pela frente, ele poderia transformar o trumpismo em doutrina de Estado, menos dependente da figura de Trump e mais enraizado nas instituições.

Em entrevistas recentes, Vance declarou estar preparado para assumir “se algo acontecer” com Trump. Para seus críticos, essa fala não é apenas uma formalidade constitucional, mas um aviso de que o mundo deve estar atento. Se a sucessão acontecer, não será apenas a continuidade de Trump, mas uma radicalização mais estruturada, capaz de deixar marcas profundas dentro e fora dos Estados Unidos.

Rodrigo Malagoli

Rodrigo Malagoli é profissional de marketing e publicidade, CEO do Grupo Novo Dia, que reúne os veículos Novo Dia Notícias, Jornal da Cidade e Jundiaí Notícias. Lidera também o Novo Dia Live, produtora audiovisual responsável por documentários sociais e pelo canal Novo Dia TV. Dirige a Focus Mídia Digital, especializada em mídia indoor e outdoor, e a Cena Blue, focada em soluções de TV Corporativa e TV Pública. É cofundador do Grape Valley, comunidade de inovação que apoia startups, e vice-presidente da Associação de Tecnologia e Inovação de Jundiaí (ATIJ). Além disso, está à frente do projeto social ONEmug, que alia arte, solidariedade e sustentabilidade em prol de instituições locais.

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