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Pressão no trabalho e burnout: quando o corpo diz “basta”

Pressão no trabalho e burnout: quando o corpo diz “basta”

O dia começa com reuniões, prazos apertados e cobranças. Você pula refeições, responde mensagens fora do horário e sente que precisa estar disponível o tempo todo. Aos poucos, o corpo começa a enviar sinais: cansaço extremo, dificuldade para dormir, lapsos de memória, irritabilidade.

Esse quadro, tão comum, pode indicar burnout, um estado de esgotamento físico e emocional causado pela sobrecarga profissional.

Mas há algo que poucos falam: a pressão crônica no trabalho ativa o sistema nervoso de forma semelhante a situações traumáticas, e isso pode levar à traumatização.

Como a pressão contínua afeta o corpo e a mente

O sistema nervoso humano é projetado para reagir a ameaças pontuais, liberando energia para lidar com elas e depois retornando ao equilíbrio.

O problema é que, no ambiente de trabalho moderno, a pressão não é pontual: ela é constante. Isso mantém o corpo em estado de alerta prolongado, com altos níveis de cortisol e adrenalina.

Consequências comuns incluem:

  • Insônia e distúrbios do sono
  • Ansiedade e crises de pânico
  • Queda na capacidade de concentração
  • Tensão muscular e dores crônicas
  • Falhas de memória
  • Dificuldade de sentir prazer e motivação

Esse estado de sobrecarga contínua é semelhante ao que acontece em contextos de trauma, e por isso o burnout pode ser considerado uma resposta traumática à pressão prolongada.

Burnout como traumatização

Quando o corpo e a mente ficam em alerta por tempo demais, sem espaço para recuperação, ocorre a traumatização: o sistema nervoso perde a capacidade de autorregulação e passa a funcionar no modo de sobrevivência o tempo todo.

Isso significa que a pessoa:

  • Reage com intensidade desproporcional a pequenos estressores
  • Tem dificuldade de relaxar mesmo fora do trabalho
  • Sente exaustão física e emocional mesmo após períodos de descanso
  • Perde a sensação de segurança interna

Restaurando energia e equilíbrio com a Terapia de Somatização do Trauma

A recuperação do burnout não depende apenas de “diminuir a carga de trabalho” ou “tirar férias”. É preciso restaurar o equilíbrio do sistema nervoso e processar os impactos emocionais e corporais da sobrecarga.

A Terapia de Somatização do Trauma atua justamente nesse ponto:

  • Trabalha corpo, mente, emoções e instintos de forma integrada
  • Atua na fáscia, liberando tensões e memórias corporais
  • Regula o sistema nervoso, ajudando a sair do estado de alerta constante
  • Reconstrói a sensação de segurança interna
  • Devolve a capacidade de foco, energia e prazer nas atividades

Ou seja…

Quando o corpo diz “basta”, não é sinal de fraqueza: é um pedido urgente de cuidado.

A pressão no trabalho pode ser inevitável em certos momentos, mas a forma como lidamos com ela define se será apenas um desafio temporário ou um gatilho para traumatização.

Com abordagens terapêuticas integrativas, é possível não só recuperar a saúde, mas também prevenir que a sobrecarga volte a se transformar em esgotamento.

Danielli Malini

Danielli Malini

Psicóloga, especialista em somatização do trauma, terapia corporal, e dinâmicas que afetam principalmente os relacionamentos, incluindo a sexualidade.

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