O fim da era do álcool? Como o cérebro da nova geração está reescrevendo hábitos.
E se eu te disser que estamos vivendo o início do fim da era do álcool? Parece exagero, mas os números não mentem: pesquisas recentes mostram que apenas 45% dos jovens entre 18 e 26 anos consomem álcool regularmente. Para uma sociedade que, por décadas, tratou a bebida como símbolo de status e de socialização, essa é uma mudança silenciosa — e poderosa.
Mas por que isso está acontecendo? É aqui que o neuromarketing ajuda a decifrar o comportamento da chamada Geração da Consciência.
Nosso cérebro sempre buscou dopamina — aquele neurotransmissor do prazer e da recompensa. Antes, uma das formas mais acessíveis de ativar esse circuito era a bebida: um brinde, uma festa, uma forma de pertencer ao grupo. Hoje, essa dopamina está a um toque de distância: nos likes, nas notificações, nos games e até nos apps de meditação. O prazer imediato migrou para outros territórios.
O que, no passado, beber era considerado um passaporte social (“se todo mundo bebe, eu também preciso beber”), agora muitos jovens sentem pertencimento justamente ao contrário: não beber virou o novo hype! A lógica se inverteu. O grupo que recusa o álcool é visto como mais consciente, mais autêntico, mais alinhado a uma estética de performance não somente física, mas também mental.
E aqui entra o gatilho de identidade: este grupo prioriza o autocuidado, a produtividade e a clareza mental. O álcool, associado a ressacas, baixa performance e perda de controle, não se encaixa mais nessa narrativa aspiracional. Para muitos, o verdadeiro status é ter autonomia sobre as próprias escolhas.
Mas não se engane! Isso não significa que estamos diante de um mundo 100% sóbrio, mas sim que o significado do consumo de álcool está mudando. O que antes era sinal de liberdade, hoje pode ser percebido como aprisionamento. A liberdade passou a estar em outro lugar: no corpo bem cuidado, nos pensamentos claros, na energia para desenvolver e no tempo recuperado.
Faz sentido pensar por que desafios como o “Janeiro sem álcool” estão crescendo tanto entre os jovens — eles criam marcos coletivos, gatilhos de pertencimento e reforçam, mês a mês, que ser parte dessa transformação é algo aspiracional.
No fundo, se a geração anterior buscava a liberdade em um copo, talvez a atual esteja encontrando a liberdade em si mesma.
E você? Já parou para analisar como suas escolhas — de beber ou não — conversam com aquilo que o seu cérebro realmente deseja?
Porque, no fim das contas, escolher o que colocamos no nosso corpo é também escolher o tipo de futuro que queremos viver. O bem-estar não é só sobre evitar ressacas ou ter mais energia no dia seguinte, mas sobre construir uma vida com mais consciência, lucidez e potência. Uma geração que cuida da mente e do corpo hoje está plantando as sementes de um futuro mais próspero, onde sucesso não se mede apenas em conquistas externas, mas também na qualidade da experiência interna de viver.
