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segunda-feira, 29 abril, 2024

Há algo de podre no reino. Ninguém larga o osso

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A sucessão de escândalos é tão grande que o noticiário se banalizou com bilhões roubados e outras falcatruas

Não há dia em que não apareçam novas denúncias contra políticos. Gente, que até há tempos era considerada a salvo da imoralidade, já esteve presa, está contando o que sabe e abalando a República. Pouquíssimos partidos estão longe das denúncias – pelo menos até agora – o que leva à conclusão que tudo está putrefato, fedendo.
O epísódio Lula é o mais conhecido. Num dia ele pode ser preso, noutro ameaça a Justiça com uma guerra civil, comandada por seu capo João Pedro Stedile, do MST (Movimento dos Sem Terra). Num dia depõe na Polícia Federal, citando palavrões como se estivesse no cais do porto, noutro ameaça ser ministro pra escapar das garras do juiz Sérgio Moro.
Mas ele é só mais um nesse esquema podre. O governo paulista, comandado pelo PSDB, mostrou que não está imune à roubalheira e que não é a vestal que tenta parecer. Há dois anos, por exemplo, o Grupo de Atuação Especial de Combate a Delitos Econômicos (Gedec) do Ministério Público de São Paulo tenta, sem sucesso, localizar e prender 11 executivos investigados no esquema de fraude e cartel no setor metroferroviário durante os governos do PSDB no Estado de São Paulo.
Ao todo, o Gedec já pediu dez vezes a prisão de vários dos executivos, sendo que nove pedidos foram rejeitados e o último, feito em fevereiro deste ano, ainda aguarda análise da Justiça. Mas esses executivos não agiram sozinhos. Tiveram parceiros influentes, que facilitaram as fraudes e desviaram o dinheiro roubado para as campanhas políticas e para seus próprios bolsos.
Enquanto em Brasilia o senador Delcídio do Amaral dá com a língua nos dentes, contando que o dinheiro roubado da Petrobras serviu também para a campanha de Aécio Neves, do PSDB, o Tribunal de Contas de São Paulo apura os desvios na merenda escolar paulista, de responsabilidade do governo estadual. Nesse balaio, até o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fernando Capez, é acusado de receber algum por fora.
O caso da roubalheira nos trens do Metrô e da CPTM ficou conhecido como Trensalão Tucano, uma paródia de mau gosto do Mensalão e do Petrolão petistas. A gatunagem aconteceu nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Não há como dizer que não sabiam, mas talvez o digam. Ou até já disseram.
O mais interessante de tudo é que essas delações premiadas (alcaguetagem a troco de redução de penas) está produzindo estragos em tudo. Cada empreiteiro que resolve falar dá nome e endereço de onde foi entregue o butim. Não se salvam o senador e ex-presidente Fernando Collor, ministros, deputados, secretários e diretores de alguma coisa no governo.
Na terça, os jornais publicaram parte do depoimento de Delcídio do Amaral, o primeiro senador da República a ficar preso durante o exercício do mandato. E Delcídio, que está jogando muita m… no ventilador, contou que o ministro Aluisio Mercadante tentou comprar seu silêncio. Ofereceu dinheiro para não ser alcaguetado.
Mas essa encrenca vem de muitos anos. A revista Época, por exemplo, já provou que o Sesi (Serviço Social da Indústria), o mesmo Sesi que nega aumento ao professorado, pagava salários milionários para um pessoal colocado a serviço de Lula.
Numa casa, em São Bernardo do Campo, está alojado o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). Nesse lugar, os salários são inimagináveis, e a jornada de trabalho imaginária. Ninguém trabalha. E quem são os funcionários? A nora de Lula, Marlene é uma delas. Márcia Regina Cunha, casada com o ex-deputado João Paulo Cunha (PT), é contratada com salário de R$ 22 mil por mês. Nunca apareceu para trabalhar.
E assim, a cada dia, todos ficam sabendo das novidades desse mundo de vida fácil. Todos estão concluindo que dinheiro público está lá para ser roubado, porque ao ladrão nada acontece. E todos serão obrigados a ouvir, logo mais no horário eleitoral gratuito e obrigatório da TV, o rosário de qualidades de cada ladrão que um dia foi pago para tomar conta do dinheiro dos impostos. Ninguém se salva.

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