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segunda-feira, 29 abril, 2024

Essa mulherada está causando todos os dias do ano

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Elas nem levam em conta o Dia Internacional da Mulher. O ano inteiro acontecem com trabalho e dedicação

Há muito em comum entre as mulheres entrevistadas pelo Jundiaí Notícias no Dia da Mulher. Todas lutam para sobreviver. Todas são vencedoras pessoal e profissionalmente. Todas têm mais de uma atividade, no mínimo. E todas têm planos para crescer mais, ir além das fronteiras impostas pela cultura ainda machista da sociedade.
Maria Cristina Galvão, por exemplo, dirige uma imobiliária em Jundiaí com o marido Carlos. Tatiana Salles é mãe, dona de casa e vereadora em Itupeva. Faby Lima é dona de uma das mais importantes agências de modelos de Jundiaí. Cleo Gimenez é, além de dona de casa, modelo, atriz e apresentadora. Mônica Gropelo, jornalista, além de cuidar da mãe presta serviços na Assembléia Legislativa.
São histórias bem diferentes por um lado, parecidíssimas por outro. Maria Cristina nasceu em Jundiaí e casou-se com Carlos Galvão quando ele terminava seu curso de Topografia no Colégio Técnico. No começo mantinha uma confecção em casa, enquando o marido cuidava de loteamentos dos outros. Um dia tiveram a idéia de montar uma imobiliária, que começou na Ponte São João e hoje está em dois endereços, na Marechal e no Eloy Chaves.
Mônica se tornou jornalista por acaso. Foi cobrir férias de uma amiga, revisando textos na gráfica. Terminados os 30 dias, foi convidada a ficar. Até que um dia faltou repórter e lá foi Mônica cobrir um evento. De repórter passou a editora, chefe de reportagem. Passou por rádio, implantou uma assessoria de imprensa, foi diretora de Comunicação Social na Prefeitura de Jundiaí e dirigiu a TV Educativa, como superintendente.
Cleo tem 62 anos, está casada há 40 com o mesmo marido que conheceu há 50. Formada em Direito, rompeu barreiras quando há seis anos começou desfilar como manequim. Isso mesmo, modelo e manequim aos 56 anos. Nesse mesmo tempo, passou a atuar como atriz, e há um ano apresenta programa na TV Conquista.
Faby – nascida Fabiana – trabalhava em escritório de agência de publicidade, até que recebeu convite para ser modelo. Tinha 18 anos, resolveu enfrentar o desafio, acabou desfilando e contratada por agências paulistanas. Hoje, aos 33 anos, Faby é dona do próprio negócio, a By Model.
Tatiana nasceu em Itupeva há 44 anos. Tem dois filhos, e após a separação continou ajudando o pai na transportadora da família. Em 2008 tentou se eleger, e mesmo sendo a mais votada não conseguiu porque o partido não lhe deu o tal quociente eleitoral. Em 2012, foi a quinta mais votada dentre os vereadores da cidade. Foi eleita.
“Temos três filhas – conta Cristina Galvão – e parte da família trabalha na imobiliária. A Daniela é advogada e cuida da parte jurídica, a Ana Luíza, também advogada, cuida das locações, e somente Camila escolheu outro caminho e é veterinária”. Está bem, mas quem manda na imobiliária dona Cristina? “Dizem que sou eu, mas só cuido da parte administrativa”.
Como modelo, Faby já esteve em eventos por marcas como Volkswagen, BMW, Mercedes Benz e outras menos cotadas. “Minha vida não foi fácil, precisei lutar muito para chegar onde cheguei, diz ela. A vida de modelo é difícil. Há cantadas, que a gente tira de letra, mas elogios são bem vindos”.
Tatiana não estranhou o ambiente masculino na Câmara. “Todos me respeitam, e conversamos de igual para igual – conta ela. Mas são as mulheres que trazem mais pedidos, e, gozado, elas não pedem para si. Pedem para outras, pedem para o bairro, para a associação”.
Cleo ousou desde o começo. Chocou, a princípio, as menininhas de 18 anos de início de carreira, magrinhas. O que essa velha estaria fazendo no meio delas? “Eu rompi barreiras, mostrei que idade não é problema. Já desfilei até com trajes de banho, conta ela, mas sem exageros, coisa discreta. Hoje as mais novas me procuram para conselhos”.
Mônica sempre gostou de jogar vôlei (ainda joga, quando dá tempo) e foi até sondada por equipes importantes. O seu 1,78m ajuda bem. Mas no jornalismo, começou numa época em que redações eram dominadas por homens.
“Hoje as coisas mudaram, diz ela. Veja o número de mulheres que apresentam telejornais, as redações cheias de mulheres. Antes havia uma certa resistência ao trabalho das mulheres no meio jornalístico, mas sempre tive bom relacionamento, e nunca me senti discriminada”.
Casada há 38 anos, Cristina Galvão comanda uma equipe de 23 funcionários. E a clientela prefere ser atendida por corretoras, não corretores. “A mulher é mais detalhista, vê coisas que os homens não enxergam, explicam mais – diz ela. Temos clientes que são explícitos, querem ser atendidos por uma corretora”.
Faby diz que modelo é muito exposta, mas que ser dona de agência aumenta a exposição. E aproveita para desmistificar o meio das modeletes. “Trabalho mais com eventos, e até hoje não conheço modelos que se alimentem com uma folha de alface, como se apregoa. Todas comem muito. Dieta, só para quem tem problema de peso e precisa manter as medidas”, conta.
Nenhuma reclama do trabalho. Tatiana leva e traz os filhos na escola, em Jundiaí. Cleo carrega o marido, que também desfila com ela – o casal de filhos já está formado. Cristina, além da imobiliária, preside uma associação. Mônica é voluntária do Peama (Programa de Esportes e Atividades Adaptadas). E Faby sabe o que é passar o dia inteiro de salto alto, sem horário para comer.
“No Peama sou guia de corrida para deficientes visuais, conta Mônica. É uma atividade que comecei em 2002. Até então os deficientes ficavam escondidos, anônimos. Hoje eles se mostram, aparecem. Eram os atletas invisíveis”.
Fora das passarelas e do estúdio de TV, Cleo já mostrou seus dotes como atriz. Está no elenco de apoio da TV Globo, e já participou do Programa do Faustão e das novelas I love Paraisópolis e Verdades Secretas, dentre outros trabalhos. “Quando fui escolhida para participar do Faustão respondi com toda a sinceridade do mundo a uma pergunta da produção, coisa que as mais novinhas tinham medo”, conta.
Cristina lutou muito, junto com o marido, para fazer da Galvão Imóveis uma imobiliária de respeito. “Precisei fazer curso para ter o Creci (número de registro no Conselho dos Corretores de Imóveis) e na época só havia isso em Curitiba, explica ela. Foi sacrificado, mas valeu a pena”.
E políticos precisam ter opinião sobre quase tudo. Sobre a crise, por exemplo. “Acredito que da crise podem surgir oportunidades, tanto de renovação quanto de superação, diz Tatiana. Estamos passando por um período que exige amadurecimento político”.
Faby, em um ano como dona de agência, já conquistou clientes importantes. “Tenho feito serviços para o Clube Jundiaiense, Planet Girl, M.Officer, Senac, Renault, Adelson Eventos, dentre outros, conta ela. Temos já cadastrados quase 400 modelos, masculinos e femininos, que podem ser vistos no site da By Model”. Faby tem outro projeto – reativar uma Ong que mantinha em Itanhaém, litoral paulista, que orientava jovens e adolescentes.
Assim, cada uma à sua maneira, vai fazendo história. Como Tatiana, que como todo ser político pensa estar um dia ocupando um cargo mais importante. “Mas é preciso bastante trabalho para isso”, reconhece. Como Cristina, que quer o melhor para a imobiliária. “Chegamos a um nível bom e queremos manter esse nível”, diz. Como Mônica, que já dirigiu redações, e que hoje se ocupa de uma assessoria. “A mulher de hoje se expõe mais, está mais qualificada, e até uma certa inversão de papéis, com o marido cuidando da casa e ela no trabalho”, afirma.
Ou como Cléo, nascida em Florianópolis, capital catarinense, e desde que se apaixonou pelo marido se mudou com ele para Jundiaí. “O importante é ser original, e já sei até que sou imitada”, orgulha-se. Ou ainda como Faby, que já estuda como colocar a Femmina – o nome da Ong – pra funcionar em Jundiaí. “É orientação para a vida, não para as jovens e adolescentes serem modelos. Elas precisam se tornar mulheres de verdade”. Disposição e vontade não faltam a todas elas.
As entrevistas com as mulheres aqui mencionadas podem ser vistas em vídeo no Youtube, e no facebook/jnoficial

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