Crescimento urbano e invasão do habitat dos animais seriam as razões do aumento do número de ataques na região de Yamaguchi
Primatas raivosos colocam medo em humanos em diversos filmes como ‘King Kong’ (1933, 1976 e 2005), ‘Instinto Fatal’ (1988), ‘Link – O Animal Assassino’ (1986), ‘Shakma: A Fúria Assassina’ (1990), entre outros. Mas, aparentemente, o perigo oferecido por chimpanzés, macacos e gorilas está mais real do que nunca em uma cidade japonesa, que precisou criar uma espécie de “esquadrão antimacacos” após 42 pessoas – entre elas crianças e idosos – terem sido vítimas de ataques desses animais.
A população da cidade de Yamaguchi, no extremo sul da ilha de Honshu, tem sido alvo dos ataques – que terminam com arranhões e mordidas nas pernas, mãos, pescoços e barrigas – de um grupo de macacos selvagens. Uma das vítimas é uma menina de quatro anos que sofreu cortes nas pernas após símios invadirem a creche onde ela estava.
Outra vítima é uma adolescente, que teve a casa invadida por um animal e foi espantado, mas que acabou entrando novamente no imóvel após quebrar uma janela. A mãe da jovem também acabou ferida na perna, assim como a garota. De acordo com a NHK, no final da manhã do último domingo, um macaco conseguiu entrar em um apartamento no quarto andar de um prédio de apartamentos e mordeu as mãos de outra mulher.
No mesmo dia, outras cinco pessoas sofreram ferozes ataques dos animais, o que obrigou as autoridades a montar uma força-tarefa munida de armas tranquilizantes para afastar a ameaça vinda da natureza. Algumas armadilhas já tinham sido colocadas na região, mas acabaram não surtindo efeito. Ainda não se sabe se os ataques vieram de apenas um macaco ou de um grupo de animais.
“É raro ver tantos ataques em um curto período de tempo”, disse um funcionário da cidade, recusando-se a dar seu nome à emissora japonesa. “Inicialmente, apenas crianças e mulheres foram atacadas. Recentemente, idosos e homens adultos também foram alvejados”, continuou. “Ouvi um choro vindo do térreo, então desci correndo”, disse um pai à imprensa japonesa. “Então eu vi um macaco debruçado sobre meu filho”.
Muita desinformação tem envolvido os macacos nos últimos tempos por conta da doença conhecida como ‘varíola dos macacos’ que não é transmitida pelos animais. Organizações de saúde e de proteção animal têm reforçado a informação para que pessoas não saiam caçando as criaturas, que nada tem a ver com os crescentes casos da doença. E no Japão, como é de se esperar, os bichos também não são culpados pela onda de ataques, que vem sendo creditada ao crescimento urbano que acabou invadindo o habitat e aumentando exponencialmente os encontros entre humanos e primatas.