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domingo, 19 maio, 2024

Editorial: A questão do desarmamento

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O querido, glorioso e magistral governo federal conseguiu, em 2003, aprovar o Estatuto do Desarmamento. Com ele, a campanha para que todos que tivessem armas de fogo em casa as entregasse à Polícia. Portar arma tornou-se crime, e pobre do coitado que for apanhado com seu 22.
Treze anos depois a conclusão é a esperada – o Estatuto não serve nem para limpar as nádegas. A população ficou desarmada – trouxa quem acreditou – e a bandidagem mais armada que nunca. O Estatuto não resolveu nada – em 2014 foram quase 60 mil assassinatos no país – mais que toda a Guerra do Vietnã.
Defensores do desarmamento têm lá suas razões, que seriam válidas em lugares como Dinamarca ou Suécia. Aqui a realidade é outra. E o Estatuto é incoerente, produto da burrice coletiva dos governantes. Proíbe armas de fogo, mas permite a venda, em shoppings, feiras-livres e lojas comuns, de espadas a preços de banana.
Permite a venda, nas lojas de caça e pesca, de um sem número de armas brancas, como facões, canivetes afiadíssimos, que também matam. Permitem a venda, nas casas de material esportivo, das velhas bestas, cujos dardos, disparados a pressão acima de 200 libras, são tão mortais quanto uma bala de revólver. E bestas atiram em silêncio.
Deixando a burrice oficial de lado: embora proibidas, armas de fogo podem ser facilmente compradas no mercado ilegal. E a cotação anda boa. Um revólver calibre 38 custa em média 500 reais; uma pistola .380, 600 reais. Um rifle automática, do tipo AR 15 ou AK 47, em média três mil reais. Com direito à munição, brinde do vendedor.
Não é preciso pensar muito para concluir que o bandido está estimulado a agir, assaltar, matar, porque o cidadão está indefeso, sem arma. O bandido tem certeza disso, e precisa se preocupar só com a Polícia. Se houvesse dúvida, pensaria antes de agir, pois haveria sempre a hipótese do cidadão estar armado também. E duma coisa tenha-se certeza –  ninguém assaltaria com armas de brinquedo.
A maioria não concorda também com o conselho da Polícia, de não reagir em caso de assalto. Essa maioria entende que é preciso reagir sim, e se possível, matar ou aleijar o ladrão. E sem remorsos.
Nos Estados Unidos compra-se uma arma com apresentação de documento oficial, o equivalente ao nosso RG. O vendedor consulta o sistema, para saber se o sujeito não é condenado pela Justiça. Se estiver limpo, leva pra casa o que bem entender, desde um simplório 38 a uma metralhadora de última geração. E lá existem menos assassinatos do que aqui. Mas lá tem governo que pensa. E que não tem idéia de jerico.

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