A maior crise econômica e política da história atinge em cheio a classe artística. A paralisação do governo federal, e a consequente quebra de Estados e cidades –alguns sem dinheiro até para pagar o funcionalismo – fez secar as torneiras do dinheiro público para artistas. Especialmente os mais populares.
Explicando: a maior parte das receitas dos principais artistas tem origem em dinheiro público. São milhares de festas anuais de aniversários de cidades e Estados, eventos públicos em capitais, festas bancadas por secretarias de Cultura municipais, estaduais e órgãos federais.
Para alguns artistas os shows pagos com dinheiro público representam até 65% do faturamento anual. Sem esses shows, muitas estruturas poderão quebrar. Desde janeiro já têm ocorrido muitas demissões na área de shows. A crise atual acabou literalmente com a festa. Boa parte das prefeituras não têm mais dinheiro para bancar artistas, nem de pequeno calibre.
Em outubro do ano passado, contratar Wesley Safadão para um evento (com datas apenas para a partir de maio este ano) chegava a custar entre R$ 500 mil e R$ 800 mil. Hoje há negócios shows fechados com Safadão por R$ 200 mil e até menos.
Roberto Carlos – seu show sempre teve como padrão um custo de R$ 1 milhão (isso só o cachê dele e dos músicos; mais transporte, mais hotel, alimentação etc. por conta do contratante). Hoje Roberto Carlos faz shows por até R$ 750 mil. Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Anitta também foram afetados duramente.
Quanto custa um show?
Artista Custava Custa hoje
Wesley Safadão R$ 800 mil R$ 200 mil
Jorge & Mateus R$ 400 mil R$ 320 mil
Ivete Sangalo R$ 350 mil R$ 250 mil
Claudia Leitte R$ 300 mil R$ 175 mil
Gusttavo Lima R$ 320 mil R$ 220 mil
Victor & Léo R$ 280 mil R$ 110 mil
Anita R$ 80 mil R$ 40 mil