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sábado, 27 abril, 2024

Editorial: Um tiro no pé

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Quando foi anunciado que o Estado bancaria um hospital onde funcionou durante tempos a Casa de Saúde Domingos Anastasio, pensou-se que, enfim, os problemas estariam melhor resolvidos. Depois de inaugurado o Hospital Regional, a decepção foi grande. Foi realmente um tiro no pé, colaborando ainda mais para a superlotação do São Vicente.
O Regional tem outra característica e não faz atendimento de pronto socorro, o atendimento imediato. Até aí fica tudo explicado. Mas existe um sem número de pessoas que não sabe disso. E pessoas de outras cidades, que acreditam que por ser regional atenda pessoas da região.
E essas pessoas chegam a Jundiaí em busca de socorro no Regional. Como não são atendidas, procuram o São Vicente. Seria uma coisa lógica, explicável, não fosse a ociosidade do Regional.
Pra complicar sua história, foi mostrado seu funcionamento na TV. Tudo vazio, sem médicos, enfermeiros e sem pacientes. Pra complicar mais ainda, o próprio secretário de Saúde precisou entrar no hospital numa noite para constatar que só havia um vigia trabalhando. Os pacientes internados estavam ao léu, abandonados.
Sabe-se também que o Estado tentou transferir o Regional para a Prefeitura. Presente de grego. Fazer funcionar um hospital, manter equipamentos, pagar médicos, enfermeiros e medicamentos não custa pouco. Até disso o Estado quer se livrar.
Há alguns anos começou o empurra-empurra, quando o Governo Federal passou, aos poucos, boa parte de sua responsabilidade aos estados. E Saúde é responsabilidade do Governo Federal. Por conveniência ou falta de opção, os estados foram assumindo mais custos. E espertamente começaram repassar tais custos às prefeituras.
Para se fazer de bonzinho, o governo paulista criou um programa de subsídio a hospitais. A Hospital São Vicente caberia o recebimento de dois milhões de reais por mês. Caberia. Há quase dois anos o Estado não manda um centavo. É problema político. Lógico que sim. Mas é também um problema de caráter – o governador barra o dinheiro por causa de divergência política. O povo que morra.
O difícil de entender tudo isso é que ainda há gente defendendo esse status quo. Se só defendesse seria compreensível. O duro é que se conta mentiras, se apresenta números irreais para iludir a população. Irreais os números porque dependem de interpretação – se alguém tem um real e passa a ter dois, aumentou seu dinheiro em 100%.
Infinitamente melhor seria o governo do Estado e seus prepostos assumirem que não fazem quase nada pela saúde do jundiaiense. Quanto ao Regional, ou fica um hospital de verdade ou então é melhor entregar o prédio, fechar as portas e lá montar uma casa de mãe joana. Fica mais condizente.

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