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domingo, 28 abril, 2024

Editorial: Terra de ninguém

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Certas cidades ganharam fama pela desorganização, ou pelo visual poluído que ostentam, ou ainda pela buraqueira das ruas. São como terra de ninguém, onde cada um faz o que bem entende, quando e como quer. É o cenário desolador, atestado inconteste da ignorância dos próprios moradores e comerciantes, responsáveis pela bagunça.
O Eloy Chaves está caminhando para isso se providências enérgicas não forem tomadas para conter essa onda de sujeira. Sim, sujeira. Reclama-se do poder público, mas esquece-se de buscar a causa. Enchentes, por exemplo. Causadas pelos milhares de sacos plásticos lotados de lixo, pelos restos de construção jogados em bueiros.
Pelos córregos que transbordam, e a cada transbordamento, clamores por providências. E então, por que os córregos transbordam? Porque dentro deles estão sofás, camas, colchões, fogões e geladeiras descartados pelos moradores. Reclama-se do lixo, mas mesmo havendo caçamba para recolhê-lo, muitos insistem em jogá-lo em terrenos ou nas ruas.
O Eloy Chaves, considerado um bairro de certa classe, está começando ganhar essa forma. Basta olhar seus postes, colocados para suportar as fiações elétrica e telefônica, invadidos pela fiação de TV a cabo, e agora como murais de propaganda.
Não faltam banners, placas amarradas com arames e cavaletes nos postes. Propaganda irregular, diga-se de passagem. Alguns ostentam faixas, também irregulares. E essa sujeira nos postes é colocada à luz do dia. Ninguém tem sequer a preocupação de se esconder. É como se fosse algo normal poluir o bairro inteiro.
Em muitos postes, continuam pendurados os fios de empresa telefônica – é o que sobrou de alguma instalação ou conserto. Não há como resolver se a própria empresa, dona do fio, não removê-lo. Caso algum morador resolva passar o alicate (cabos telefônicos não dão choque elétrico), pode até ser acusado de furto de fios.
Em muitas ruas, restos de construção, marcas do concreto feito no meio da rua. Nas calçadas, fezes de cachorros, cujos donos entendem serem essas calçadas latrina para seus animais. Poucos recolhem as fezes – a maioria deixa onde caiu, para que pedestres desatentos sujem seus sapatos.
O contraponto: são essas pessoas que reclamam que o bairro está ficando imundo. São elas que clamam por providências, como fosse obrigação do poder público recolher fezes, entulhos de construção e reformas. Até árvores são usadas para colocação de cartazes e banners, como se isso atraísse clientela.
E é bom que essas providências aconteçam logo. A começar pelos próprios moradores e comerciantes. Porque, se eles mesmos não tomarem uma atitude, o poder público a tomará. E seus fiscais cumprirão a sagrada obrigação de multar. E aí será outra onda de clamores.

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