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sábado, 4 maio, 2024

Após dois anos, Operação Lava Jato chega à 26ª fase

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Operação foi montada em 2014 pela Polícia Federal para apurar lavagem de dinheiro em postos de combustíveis

Desconfiada da movimentação de dinheiro ilegal de dinheiro, principalmente dólar, numa rede de lavanderias e postos de combustíveis, a Polícia Federal montou a operação, batizada Lava Jato por causa do nome usado por um dos locais investigados. O que era para ser um tiro ao pombo acabou acertando um elefante.
Em dois anos, a operação abalou a República, colocou na cadeia gente importante – políticos e empresários – e pode levar até o ex-presidente Lula para as grades. Os relatórios, as escutas telefônicas e os documentos apreendidos podem ainda ajudar o Congresso – caso queiram mesmo os congressistas – a tirar a presidente Dilma do cargo.
Na terça (22), aconteceu a 26ª fase da Lava Jato. A Polícia Federal a batizou de Operação Xepa. Foi um desdobramento da Acarajé (23ª fase). Alvo principal: Construtora Odebrecht. A empresa teria uma estrutura interna destinada somente ao pagamento de propinas a políticos e diretores da Petrobras.
Foram 110 ordens judiciais: 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva (a que obriga o intimado a acompanhar a polícia para depoimento em delegacia), 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva.
Na segunda-feira (21), a Lava Jato entrou na fase internacional (25ª) ao prender em Lisboa Raul Schimidt Felippe Junior, o operador das propinas. Raul é investigado pelo pagamento de propinas a ex-diretores da Petrobras (Nestor Cerveró, Jorge Luiz Zelada e Renato de Souza Duque, presos). Raul já estava na lista da Interpol desde julho.
A fase anterior (24ª) foi considerada a mais crítica. Envolveu o ex-presidente Lula e sua família; teve ordem de busca e apreensão de documentos em sua casa e no Instituto Lula. Lula relutou em ir, mas, aconselhado por advogados, prestou depoimento na delegacia da Polícia Federal do Aeroporto de Congonhas.
Saiu de lá para entrevistas, quando achincalhou o Poder Judiciário, desafiou a Polícia Federal e os juízes, e se auto proclamou uma jararaca. Pouco depois, foram divulgados trechos de algumas gravações de escutas telefônicas, que colocaram fogo no país e reacenderam as manifestações. Com risco de prisão, Dilma nomeou Lula ministro – coisa agora barrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Enquanto os partidos se desmancham por causa das denúncias – algumas de acordos por delação premiada – os promotores que investigam a Lava Jato são aplaudidos, e o juiz que cuida de tudo, Sérgio Moro, já foi alçado à condição de herói nacional.
 
 
1ª fase -17/3/2014 – A Operação Lava-Jato começou com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, entre outros crimes. Um grupo de doleiros foi descoberto em um esquema ilícito, que movimentou R$ 10 bilhões. Entre os presos, estava o doleiro Alberto Youssef, já conhecido em investigações da Justiça.
2ª fase – 20/3/2014 – A PF prendeu preventivamente o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Investigações mostraram que Costa recebeu de presente de Alberto Youssef uma Land Rover.
3ª fase – 11/4/2014 – Foram apreendidos R$ 70 mil em dinheiro e vários documentos, inclusive na sede da Petrobras. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva, e um de prisão temporária. A ação buscou reunir provas sobre a ligação de Paulo Roberto Costa com o doleiro Alberto Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental.
4ª fase – 11/6/2014 – Paulo Roberto Costa foi preso novamente. Além das razões que levaram a primeira prisão, o juiz argumentou na decisão de prendê-lo que o ex-diretor tinha US$ 23 milhões em contas bloqueadas na Suíça. Também foram bloqueados mais US$ 5 milhões em contas que estariam em nome de familiares de Costa e também do doleiro Alberto Youssef.
5ª fase -1º/7/2014 – Dois ‘laranjas’ de Alberto Youssef são presos preventivamente: João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado e Iara Galdino da Silva. Os dois mantinham escritórios em São Paulo que gerenciavam as contas do doleiro no exterior.
6ª fase – 22/8/2014 – A Polícia Federal cumpriu 12 mandados – 11 deles de busca e apreensão e um de condução coercitiva em empresas vinculadas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e seus familiares.
7ª fase – 14/11/2014 – Batizada de Juízo Final, a operação prendeu o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e 17 executivos de grandes empreiteiras. As construtoras investigadas somavam contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras
8ª fase – 14/1/2015 – O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, é preso preventivamente. Ele chegava ao Rio num voo vindo de Londres. A acusação sobre Cerveró foi de participação em crimes, como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro entre 2006 e 2012.
9ª fase – 5/2/2015 – A Operação My Way teve como alvo a Diretoria de Serviços da Petrobras e a BR Distribuidora. Os mandados de busca foram direcionados a 26 empresas, a maioria delas de fachada. Quatro pessoas foram presas. O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi levado para depor. Na empresa Arxo, foram apreendidos 500 relógios de luxo.
10ª fase – 16/3/2015 – Na Operação Que País é Este?, o ex-diretor Renato Duque voltou a ser preso preventivamente. O MP constatou que ele tinha contas secretas na Suíça, no valor de 20 milhões de euros, esvaziadas posteriormente, e transferidas para o Principado de Mônaco. Foram apreendidas 131 obras de arte na casa do ex-diretor.
11ª fase – 10/4/2015 – A Polícia Federal desarticulou esquema que desviava dinheiro de contratos de agência de publicidade na 11ª fase da operação, batizada de A Origem. Foram presos preventivamente os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa.
12ª fase- 15/4/2015 – O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi preso. Os investigadores detectaram vários depósitos suspeitos nas contas da mulher e da cunhada, que, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, são indícios de lavagem de dinheiro.
13ª fase – 21/5/2015 – Milton Pascowitch, apontado como operador do esquema, foi preso em SP. Ele é citado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como operador de pagamento de propina oriunda de contratos da estatal. Milton também pagou, por meio de sua empresa, a Jamp Engenheiros Associados Ltda, R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, de José Dirceu.
14ª fase – 19/6/2015 – Batizada de Erga Omnes, a PF prendeu os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez. Entre os presos, estavam ainda os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, e Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez.
15ª fase – 2/7/2015 – O ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada foi preso e foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no Rio e em Niterói. Chamada de Conexão Mônaco, a 15ª fase da Lava-Jato investigou crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
16ª fase – 28/7/2015 – A ação Radioatividade cumpriu 30 mandados judiciais em cinco cidades. Dentre outros fatos, foram objeto de apuração, a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da Eletronuclear. Um dos presos foi Othon Luiz Pinheiro da Silva – diretor afastado.
17ª fase – 3/8/2015 – Na fase Pixuleco, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o ex-assessor de Dirceu, Roberto Marques, e o dono da empresa de informática Consist, Pablo Kipersmit também foram presos.
18ª fase – 13/8/2015 – 70 policiais federais cumpriram a 18ª fase da Operação Lava-Jato. O ex-vereador do PT de Americana Alexandre Correa de Oliveira Romano foi preso em São Paulo, suspeito de operar no esquema de corrupção com a empresa Consist.
19ª fase – 21/9/2015 – A fase revelou novo operador ligado ao PMDB, João Augusto Rezende Henriques. Durante a operação, também foi preso o empresário José Antunes Sobrinho, sócio-diretor da Engevix. Ele já era réu na Lava-Jato em outra ação envolvendo dirigentes da Eletronuclear.
20ª fase – 16/11/2015 – As ações da Operação Corrosão, segundo a PF, tiveram como alvo ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento indevido de valores, notadamente em contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima e Pasadena.
21ª fase – 24/11/2015 – Na ação, chamada de Triplo X, foram cumpridos 23 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária (com cinco dias de validade) nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e em Joaçaba (Santa Catarina). Alvo era obras da Bancoop, cooperativa dos bancários que foi presidida pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
23ª fase – 22/2/2016 – Denominada Acarajé, a 23ª fase cumpriu 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Um dos alvos foi o publicitário João Santana, responsável pelas campanhas que levaram Lula e Dilma à Presidência.
24ª fase – 4/3/2016 – Batizada como Aletheia, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Lula. O ex-presidente também foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Também foram levados para depoimento dois filhos de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
25ª fase – 21/3/2016 – Na primeira fase internacional da Lava-Jato, a força-tarefa prendeu, em Portugal, o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior, que estava foragido desde julho de 2015. Elé é suspeito de envolvimento em pagamentos de propinas aos ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.
26ª fase (22/3/2016) – Alvo principal é a Odebrecht. Mas já atingiram a Arena Corinthians. O vice-presidente do clube, André Luiz de Oliveira, foi conduzido para prestar depoimento. Há uma planilha que aponta propina de R$ 500 mil. Conhecido como André Negão, é assessor do deputado André Sanchez, ex-presidente do Corinthians.

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