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terça-feira, 14 maio, 2024

Editorial: A higiene, na prática uma sujeira

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Dá gosto de ver: um restaurante arrumadinho, mesas bem dispostas, cadeiras ídem. Sobre as mesas, talheres colocados dentro de sacos plásticos; em algumas, a salada sendo servida; em outras, o prato principal. Garçons indo e vindo da cozinha para o salão, recebendo dinheiro das contas e devolvendo o troco.
Alguém já observou, já parou pra pensar, se tudo isso foi feito ou é feito com a higiene devida? Há maus exemplos em profusão, e também há honrosas exceções. É preciso saber como estavam as mãos de quem embalou os talheres; preciso saber também se a salada foi lavada como deveria antes de ir à mesa.
Existe uma fiscalização sanitária, que vê cozinha, salão e exige atestados dos funcionários. Mas não existe fiscalização da parte operacional, do servir em si. Já passou pela cabeça de alguém que há restaurantes que reaproveitam comida, inclusive a que ficou no prato? Alguém notou se o simpático garçon lavou as mãos para mexer em alimentos depois de ter recebido e devolvido dinheiro?
Numa noite, num restaurante de alguma fama até, um funcionário meio desastrado derrubou a caixa onde estavam os talheres. Garfos, facas e colheres se espalharam pelo chão. Tudo foi recolhido e sem qualquer cerimônia devolvido à caixa. Sem lavar nada, do jeito que estava.
Em outro, de sistema self-service, uma mulher se servia sem notar que seus lindos cabelos estavam sobre a comida que outros, na fila, iriam pegar. A pressa, ou a fome, impede as pessoas de observar os detalhes nada higiênicos de alguns lugares. Na maioria das vezes fica evidente a boa educação, ou a falta dela, de alguns garçons.
Ficou conhecido o caso de determinada pastelaria que reaproveitava os recheios dos restos de pastéis e esfilhas deixados pela clientela -voltava tudo para o caldeirão comum para ser colocado em futuros pastéis. Nesse lugar, até os restos de cachaça, deixados nos copos, eram colocados dentro de um pequeno tonel, sobre o balcão – e no tonel se lia um vistoso cartaz alardeando ser uma cachaça caseira, artesanal. De certo modo, sim.
Comer fora de casa está se tornando uma aventura. Talvez nem Deus saiba os riscos que corremos. Impossível contar as bactérias que infestam esses lugares. Se for observado o estado dos sanitários, a coisa fica pior. Cheios de cheiro de desinfetante, mas imundos, porcos, nojentos.
Vira e mexe aparecem notícias de flagrantes da fiscalização, que encontra alimentos vencidos, deteriorados, sem armazenamento adequado; cozinhas que mais se parecem pocilgas. Multa-se o dono do restaurante e só. No dia seguinte continua continua como dantes.
E se o cliente se satisfizer com as condições de higiene da cozinh, dos sanitários, do salão, vendo que os pratos e talheres foram desinfetados com álcool, parabéns. Mas há outro risco, e bem feio – há garçons que insistem em dar a mão ao cliente, mesmo depois desse haver lavado as mãos. Melhor comer em casa.

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